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O hacker de Taubaté

Ganhou destaque na Internet na última semana, o depoimento na CPMI sobre os fatos de 8 de dezembro, o depoimento do cidadão, Walter Delgatti, apresentado como “o hacker que invadiu a rede social Telegram, o sistema do TSE, o sistema do CNJ”. Delgati seria o peão que faltava no xadrez político para um xeque-mate na direita, com graves acusações ao Presidente Bolsonaro. O suposto “hacker” seria um gênio da computação, e teria sido cooptado pela deputada Carla Zambelli para alterar o código-fonte das urnas eletrônicas.

Considerado como a principal peça no jogo, como disse acima, para o xeque-mate em Bolsonaro, a esquerda ovulava à espera do depoimento bombástico. No clima de já ganhamos antes de uma partida final de futebol, com champanhe comprada, pronta para ser aberta, e caixas e mais caixas de morteiros juninos, a vitória deu xabu, como se diz no popular. Deu água. A derrota foi vergonhosa.

Walter Delgati teve sua longa ficha criminal exposta. Como em uma comédia de quinta categoria, se recusou a responder as perguntas de parlamentares de oposição, repetindo: “ficarei em silêncio”. Ao repetir dezenas de vezes tal frase, franzia a teste. Um sinal clássico de nervosismo em pessoas que mentem. Quanto as perguntas dos parlamentares governistas, fez um tremendo esforço para responder a todos, tentando demonstrar um conhecimento que não possui.

Ao se esforçar para ajudar parlamentares de esquerda, governistas, Delgati faz o relato mais fantasioso que possa existir. Qualquer pessoa sensata com um mínimo de curiosidade, levaria poucos minutos para descobrir que o “hacker” não é hacker, é um farsante cínico. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, os conhecimentos pífios de Delgati sobre computação impressionou os ignorantes parlamentares, os quais inclusive confessaram várias vezes não entender do assunto.

Ninguém atentou para o fato que o código-fonte das urnas eletrônicas possuem 200 mil linhas, logo é impossível ser reescrito por uma única pessoa. Buscando informações desafiantes sobre o tempo necessário para um único programador escrever ou reescrever o código-fonte, os manuais de computação, informam que seriam necessários 95 anos para concluir tal tarefa. Ademais, o código-fonte não é o único software na urna eletrônica. Vários outros softwares trabalham em conjunto. Além do mais há necessidade de se trabalhar com computadores de última geração, com grande capacidade de processamento, e antes de tudo, contornar o sistema de ofuscação, ou seja, o sistema de segurança em dupla camada que como em um jogo de espelho tem o objetivo de confundir um invasor.

Seria possível um único programador (hacker) invadir o sistema das urnas eletrônicas, realizar alterações criminosas? A resposta é não. Existe uma diferença muito grande entre invadir um sistema e alterar um sistema. A primeira ação consiste em entrar no sistema sem autorização, ou seja, basta saber a senha, logo qualquer um pode realizar. A segunda ação engloba a primeira, e uma vez dentro do sistema, o invasor para fazer modificações deve saber quais as linhas de comando devem ser alteradas para concluir seu objetivo. No caso do código-fonte das urnas, o invasor teria que ler e analisar todas as 200 mil linhas de comando, bem como identificar como os demais softwares trabalham em conjunto, e assim identificar onde as alterações que pretende devem ser inseridas.

Acostumada a impressionar ignorantes com uma retórica verborrágica, em regra ferindo mortalmente a lógica, seguindo o estilo do seu líder, a esquerda errou feio no plano do “hacker”. Dois dias após o seu depoimento na CPMI, Delgati foi mais uma vez condenado. Desta feita a 20 anos. Não deveria estar na cadeia sozinho, mas junto com seus mentores, onde seriam proibidos de assistir o desenho animado com os mirabolantes planos de Wile, o coiote que tenta de tudo para capturar o papa-léguas.

Comentários

Muito bom!Termos colocados de forma sutil e engenhosa, as vezes com mensagem subliminar, as vezes felino. De forma simples e objetiva, analisa e explica o "status quor" da nossa realidade atual.
Forte abraço!
JS
Pátria disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Kristiano Jotta disse…
Muito bom!! Argumentos que refletem um quadro de desespero por parte da esquerda que, a todo momento, busca narrativas engenhosas para estabelecer uma equivalência moral entre os lados. Não querem a verdade dos fatos, mas, sim, tumultuar… E o GDIAS? E as imagens captadas pelas câmeras do Ministério da Justiça do Dino? Enfim, muita OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE. Crimes, em tese…
Luiz Ghiggino disse…
Excelente, como de costume.
É impressionante o desconhecimento do que se propõem a dizer e ousar publicar.
Ignorância, soberba e atrevimento puros...
E así passam los dias...

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