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Mostrando postagens de março, 2014

O fim

Eu não vi os fantasmas. Eu vi os filhos dos fantasmas sentados ao redor da mesa de carvalho, com os pés no chão quente. Eu não vi o alfabeto. Eu vi as letras gregas que anunciavam o apocalipse. Eu não vi as flores. Eu vi a poeira do deserto em um encontro com as nuvens. Eu vi as mulheres parindo bestas. Eu vi os rios secando. Eu não assisti a missa. De longe eu vi a dança em volta da fogueira. Eu não vi o meu reflexo no espelho. Eu vi bolas de fogo dele saindo. Eu não vi crianças. Eu vi seres estranhos, que se arrastavam. Eu não vi a lua e nem o sol. Eu vi asteroides sem vida. Eu cheguei perto do abismo, mas não pulei, olhei o outro lado, e ouvi o eco de gritos desesperados. Eu passei onde o riacho secou, onde o rio começava, onde um carvalho existiu. Eu olhei para trás, e vi vultos se escondendo. Eu senti frio onde o calor era ardente. Eu agarrei a pedra, mas não atirei. Eu vi raios saindo de olhares, e me desviei. Eu pisei nas cinzas, e ainda estavam quentes, com odor ácido. Eu arra