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Mostrando postagens de abril, 2006

Previ o futuro

Na coletiva a imprensa, o tesoureiro do PT Delúbio Soares, repete várias vezes a palavra chantagem, esclarecendo para todo o país, que este teria sido o motivo das denúncias do deputado Roberto Jefferson. Lemos no JB: "durante entrevista, o petista acusou Jefferson de tentar chantagear o governo Lula. " Não me prejulguem por afirmações caluniosas que fazem parte de uma chantagem contra o governo - disse o tesoureiro do PT. " "- O PT não compra e não vende votos e não aceitamos nenhum tipo de chantagem - garantiu o tesoureiro." Para que possamos realmente entender mais este escândalo, precisamos antes de tudo saber o significado da palavra chantagem. Segundo os dicionários, chantagem é: s. f. Extorsão de dinheiro ou favores, sob ameaça de revelações escandalosas, verdadeiras ou falsas. Obedecendo então a lógica, há cinquenta por cento de possibilidade das afirmações do chantagista serem verdadeiras, já que a ameaça comporta apenas duas possibilidades: as revela

Uma fábula política

Em uma terra verdejante vários animais viviam. Leões, raposas, ursos, tigres, cobras, carneiros e burros. No princípio havia comida e espaço para todos. Até que um dia cachorros a serviço de leões que vivam além-mar, lá chegaram. Como se tratava de cães viajados e espertos foram logo se dizendo donos do pedaço. Os animais da terra verdejante, inocentes e ingênuos aceitaram e logo foram dominados. Antes de ficarem o pé em definitivo naquela terra, para lá mandaram vários ratos. Acontece que em além-mar, o estoque de ossos estava escasso. Assim, o leão rei determinou que vários cachorros tomassem conta da terra. Em pouco tempo mantilhas invadiam os portos. A convivência dos animais nativos com os estrangeiros, logo se tornou complicada. O leão que veio de além-mar era insaciável. Além do que, matinha uma um grande alcatéia sempre faminta. Esse estado de coisas perdurou por muito tempo, mais de trezentos anos, até que, cansados de tanta exploração, os animais nativos resolveram se rebelar

Catucando os fantasmas

Leio que a família de Virgílio Gomes, o Jonas, militante da ALN, e morto durante o período da ditadura, quer processar os autores do crime, mesmo existindo a Lei da Anistia, que absolve todos os envolvidos em crimes políticos de ambos os lados. Segundo as leis, o homicídio prescreve em 20 anos. A morte de Jonas ocorreu há três décadas e meia. Ainda segundo os parâmetros legais, a lei não pode retroagir para prejudicar. Pelo menos é assim que se ensina nas aulas de direito. O dr. Hélio Bicudo e o professor Fábio Konder Comparato estariam à frente da iniciativa visando à punição, inclusive pressionando autoridades. A pergunta que faço, é a seguinte: Gabeira também será processado pelo seqüestro do cônsul americano? O sergipano José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, hoje com 63 anos, será fuzilado por traição? Como o delegado Fleury já é falecido, vamos punir seus descendentes? Os executores do Capitão Chandler, “justiçado” pelo Tribunal Popular Comunista, também serão julgados? Os auto

Fome zero

Em artigo publicado por o Dia, Frei Betto destaca a importância do lançamento mundial pelo presidente Lula, de um programa mundial Fome zero. Face a importância e complexidade do assunto, o verdadeiro objetivo do artigo passa despercebido: alavancar a imagem do presidente, sem compromisso com a verdade. Os intelectuais do PT sabem bem o que fazem. Pinçar a fome como bandeira política foi e continua sendo, uma boa jogada, isto porque o problema é mundial e antigo, e até hoje continua sem solução. Em 1798, o sacerdote, economista e demógrafo inglês Thomas Malthus elaborou a teoria que ficou conhecida como Malthusiana. Observou o estudioso que a população sempre cresce em progressão aritmética (2, 4, 8, 16, 32), enquanto que a produção de alimentos cresce em progressão geométrica (2, 4, 6, 8, 10). Assim, o aumento de rendimentos é acompanhado pelo aumento da população, e o problema jamais se resolve, exceto pelo controle da natalidade. Pelo princípio dos rendimentos marginais decrescente

Anteprojeto de Lei

Estabelece compensação aos prejuízos financeiros decorrentes da prática de crimes, facilitados em sua grande maioria pelo descaso das autoridades, bem como por promessas nao cumpridas pelo governo. O Povo brasileiro, cansado de tanto descaso, e Considerando o aumento vertiginoso da criminalidade; Considerando que os governos federais, estaduais e municipais não apresentam soluções viáveis para o problema; Considerado que o estado existe para atender ao cidadão e não contrário; Considerando os desvios de recursos para atender a segurança pública; Considerando a falta de investimentos; Considerando a grave crise que se acerca do país; O Povo do Brasil decreta e sanciona a seguinte lei: Artigo 1 – Toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, terá direito a descontar integralmente dos impostos a serem pagos, sejam federais, estaduais ou municipais, o valor correspondente a prejuízo que tenham como origem a prática de crimes contra a vida, o patrimônio, exceto os descritos no capítulo de fr

Carlos Lessa

Em seu artigo "O negócio do ócio", JB 17/08, o presidente do BNDES, senhor Carlos Lessa, colocou a seguinte frase: "a polícia medíocre que nos assiste.." para frisar inclinação do povo carioca para a paz e o divertimento. Segundo os dicionários, medíocre é sofrível, vulgar, ordinário, aquele que tem pouco merecimento. Dada à importância de uma polícia eficiente em um estado democrático, e em possuindo o senhor Carlos Lessa, a chave de um cofre abarrotado de dinheiro público, que em muitas ocasiões vai parar em contas secretas nas Ilhas Cayman, gostaria de solicitar ao digno presidente que desse uma ajudazinha a nossa polícia, contribuindo para a sua melhoria, e diminuindo a sua mediocridade. Poderia começar com uma linha de crédito para compra de casa própria dos policiais. Muitos destes gostariam de freqüentar o curso superior de Gestão de Segurança Pública, porém as mensalidades, R$ 235, 37, quase 20% do salário, pagas a uma universidade particular, torna o projet

E o leão fugiu do circo

Dizem que em uma pequena cidade do interior chegou um circo. Logo no dia seguinte o leão fugiu, e a cidade entrou em pânico. A população em polvorosa se tranca dentro de suas casas. O comércio fecha. As escolas também. Ninguém entra ninguém sai. Logo começou a faltar mantimentos. Nenhum entregador se atrevia a desafiar o perigo. Aos doentes faltavam os remédios. A situação ficou desesperadora. As ruas desertas. Toda a vida havia parado. Quando parecia que nada ia mudar, surge um sujeito e diz que tem que resolver o problema. Sai à caça do leão e logo em seguida se depara com a fera. Entra em luta corporal com o bicho e trava com ele uma luta de vida ou morte. Após horas, consegue matá-lo. Arrastando-se, chega à praça principal de proclama a boa notícia: o leão está morto. A cidade comemora. Todos se dirigem ao homem e o cumprimenta. Seus inúmeros ferimentos são tratados. Um braço quase foi arrancado. As costas em carne viva. No meio da festança de liberdade, surge um repórter. Abre

O sexto mandamento

Em toda discussão sobre a pena de morte imposta pelo estado, várias são as críticas apresentadas. Por vezes, e por que não dizer na grande maioria, os argumentos são de que onde a pena capital é praticada não houve redução da criminalidade, até pelo contrário. Em outras palavras se fala do risco do erro jurídico não poder ser corrigido. Listar todas as controvérsias em desfavor da pena de morte é cair no vazio conhecido. Para aqueles que estudaram o assunto, o primeiro mandamento é o de colocar de lado a emoção. Ora, nada tão difícil de ser atingido. Morrer é o grande mistério da vida. E quando alguém morre, mesmo um desconhecido, a tristeza torna-se abrangente. Coloco aqui um caso, e peço para todos os que são contra a pena capital, dizerem se pode ou não ser admitida, até mesmo com senso humanitário. Febrónio Índio do Brasil era o preso 00001 do sistema penitenciário do Rio de Janeiro. Foi preso pela primeira vez em 1916. Acusado de roubo, furtos e da prática ilegal da medicina, pedo

A hipótese ad hoc

Os céticos usam o termo hipótese ad hoc para definir as explicações de pessoas que se dizem detentoras de poderes sobrenaturais, e que em certo momento não conseguem realizar aquilo que propalaram. Assim, um sujeito que diz possuir poderes para realizar uma operação cirúrgica, e fazer um paraplégico andar, e instado a isso não consegue, afirma que forças negativas estão impedindo sua realização, que falta fé ao paciente, que ele não acredita na sua recuperação, portanto, mesmo tendo sido abençoado com grande poder, nada pode contra aquelas forças. Assim, a hipótese ad hoc nada mais é do que a técnica principal usado por todos os manipuladores, desde os ditos sensitivos, até os que aparecem na mídia como personalidades de grande conhecimento e portanto com capacidade para solucionar problemas urgentes. O uso correto da hipótese ad hoc, e suas variantes, torna o manipulador, aos olhos das pessoas comuns, uma sumidade, alguém com boas intenções, sofredor por não conse

O Alienígena

Não há um só dia no qual a imprensa em suas diversas formas, escrita, televisada, rádios, etc, não publique opinião ou conclusão de pesquisas sobre a violência no nosso país, especialmente no Rio de Janeiro. Boa parte destas ditas “pesquisas” é realizada por um alienígena, o sociólogo Ignácio Cano, professor de uma universidade carioca, e espanhol de nascimento. O pesquisador é sempre apresentado ao público como um profundo conhecedor do assunto, e que há dez anos se dedica aos estudos da violência urbana. Esta apresentação por si só legitima qualquer baboseira dita, especialmente quando se embasa com argumentos concretos e desvirtuados de maneira a se conseguir o efeito desejado: encurralar a polícia através da opinião pública. No programa Fantástico, exibido pela Rede Globo de Televisão em 18/08, o senhor professor doutor pesquisador sociólogo, Ignácio Cano, deve ter percebido que não é tão fácil assim manipular a opinião públi

Anomia

O radical grego anomia, que significa ilegalidade, foi usado por Emile Durkheim ao fim do século XIX para batizar o fenômeno de descontrole social observado nas sociedades que passam por grandes transições. O contrato social desmorona e sua imediata conseqüência e a insegurança, disse ele. Robert Merton acrescentou posteriormente que a anomia podia englobar o crime e a apatia social. Basicamente o fenômeno se reduz à ausência de conceitos de moralidade e falta de controles sociais, tendo como nascente o colapso da autoridade tradicional. Nos dias atuais, quem se arriscaria a definir quais os conceitos morais vigente em nosso país? A transição pela qual passamos, além de um fenômeno histórico, é inevitável. Aprendemos que a trajetória da humanidade é cíclica, e como tal, comporta em suas mudanças, a dor, em paralelo com a vida. O grande problema, sem solução aparente, será a projeção para um futuro muito próximo do resultado desta transformação, já

A censura ao documentario

Quando o senhor MV (mensageiro da verdade) Bil terminou de gravar o seu documentário, Falcão, os meninos do tráfico, afirmou que “por razões de foro íntimo não iria apresentar”. Registrei minha desconfiança neste comportamento através de carta publicada no jornal o Dia. Agora, ao publicar seu livro, dizendo que presenciou vários seqüestros e nada fez para comunicar as autoridades, é severamente criticado pelas autoridades. Desconfiava que algo estava errado, mas não tanto. Toda e qualquer informação sobre crime e criminosos será sempre uma contribuição para a sociedade, que sabendo como agem pode planejar sua defesa, minimizar ou mesmo evitar o derramamento de sangue. Seria assim com o documentário Falcão, os meninos do tráfico, produzido pela rapper MV Bill, e cuja exibição foi vetada pelo autor. Face ao impacto do assunto, a sociedade ficaria sabendo como os traficantes cooptam os filhos de desempregados, os órfãos e todas as incipientes almas sem esperança que vivem a efêmera vida d